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ChatGPT: ladrão de emprego?

Tendência é de que sejam criadas oportunidades para profissionais de tecnologia e ciência de dados, já que a tecnologia precisa de supervisão humana

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Você liga para uma empresa a fim de resolver um problema ou tirar uma dúvida e dialoga com um chatbot. Geralmente, depois de clicar em muitas opções, a máquina perde-se; e aí, das duas, uma: ou a conversa é encerrada automaticamente ou o atendimento é transferido para um humano.
Este cenário já é coisa do passado.

Tudo porque a Microsoft vai introduzir, em breve, em seu pacote Office, a tecnologia de inteligência artificial da empresa OpenAI batizada de “ChatGPT”. Com um investimento de US$ 10 bilhões, trata-se de uma solução na nuvem que pode ser compreendida como uma versão aprimorada do GPT-3.5, com a principal utilidade de gerar textos como os produzidos por humanos, como este que você, leitor, está lendo agora.

O GPT é um modelo de linguagem baseado em redes neurais, um conceito ligado à inteligência artificial (IA) que prevê que uma sentença de texto seja coerente, fazendo total sentido para a compreensão humana. Ele será empregado em chatbots capazes de gerar relações mais objetivas com as pessoas, usando apenas algumas instruções de entrada, sendo útil para gerar textos para blogs, redes sociais e sites, por exemplo.

A tecnologia já viralizou devido à sua capacidade não somente de produzir redações de qualidade, mas também de responder a perguntas e até mesmo gerar códigos de desenvolvimento de software. Nas empresas, por exemplo, ele será capaz de trazer o cliente mais para perto, uma vez que se trata de um atendimento 24/7. Ainda, haverá diminuição no tempo de espera, otimização de diferentes departamentos de espera e uma ajuda extra para o negócio aprimorar seus produtos e serviços.

A partir de seu lançamento, redações com aproximadamente 500 palavras, que é considerada “a quantidade certa” para várias postagens, poderão ser construídas com facilidade pela solução, que não trará resultados perfeitos, razão pela qual a figura do revisor se torna importante.

De modo geral, são textos muito bons, encarando o fato de que são produzidos por um computador. Isso pode levar sim à redução no número de empregos em algumas áreas, como escrita criativa, redação de conteúdo e tradução, mas, por outro lado, pode criar oportunidades em outros segmentos, mudando significativamente o mercado de trabalho.
Ao automatizar muitas tarefas que atualmente são realizadas por humanos, como a geração de texto, a tradução e a resposta a perguntas, a ideia é que a máquina replique automaticamente o pensamento e a atuação de uma pessoa; no caso, as conversas. Com isso, quanto mais entrosamento com humanos houver, mais o relacionamento será fortalecido e mais a máquina vai se aprimorar. O ChatGPT então demandará pessoas que saibam dialogar com ele.

Com a automação das tarefas, as empresas vão se tornar mais eficientes e precisas, o que pode beneficiá-las e, por sua vez, criar empregos que exijam habilidades humanas para agregar muito mais valor aos seus negócios.

Além disso, a manutenção e o treinamento de modelos de IA, como o ChatGPT, também podem demandar uma nova especialidade de trabalho. Já tem muita gente que cursou Jornalismo ou Pedagogia atuando como treinador de inteligência artificial dentro das empresas. Isso porque o mercado de educação formal demora um pouco mais para acompanhar a velocidade das mudanças e novas tecnologias. Como o ChatGPT e outros modelos de IA ainda precisam ser supervisionados e monitorados por humanos para garantir precisão e evitar erros, com certeza isso criará oportunidades para profissionais de tecnologia e ciência de dados.
 
*Por Filipe Bento, CEO da BR 24

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