Para muitos ainda pode soar estranho dizer que no mundo atual as pessoas desejam mais do que possuir, acessar as coisas. Quem cresceu num mundo capitalista no qual onde quem tem mais, pode mais, ou “é” mais, pode se frustrar ao saber que a posse de bens em muitas situações deixou de fazer sentido.
Para que comprar um carro se você pode ter um com motorista a qualquer hora do dia? Para que comprar um vestido de festa incrível se você pode alugá-lo apenas por uma noite e ter um modelo diferente a cada momento? Para que comprar uma bicicleta se você pode ter várias disponíveis para você em qualquer lugar da cidade?
Isso tudo já tem sido bastante corriqueiro no âmbito pessoal, porém começa também a fazer sentido no âmbito empresarial.
Empresas que focam em possuir muitos ativos, no passado podem ter sido consideradas as mais fortes e sólidas. Isso também se traduzia no número de funcionários. Aquelas com equipes volumosas eram consideradas as maiores e mais reconhecidas. Inclusive esse parâmetro é usado até hoje como critério para determinar o porte de uma empresa.
Mas a pergunta que fica é: até que ponto ainda faz sentido medirmos a importância das empresas em razão dos ativos que ela possui ou a quantidade de pessoas que compõem sua folha de pagamento?
Se olharmos bem o que tem acontecido no mundo dos negócios, ser “grande” já não é garantia de causar um grande impacto. Algumas startups têm desbancado empresas gigantes e tradicionais. Lojas online têm forçado o fechamento das portas de concorrentes do varejo físico.
E a pergunta que fica é: o que efetivamente tem causado essa mudança tão drástica nos mercados e nas empresas?
De novo podemos resgatar a questão da posse x acesso.
Do ponto de vista dos ativos, por que a empresa precisa alocar seus recursos em ativos físicos se ela pode terceirizá-los? Seja seu espaço físico, que pode ser compartilhado e ampliado ou reduzido de acordo com a demanda da empresa em espaços de coworking, seja no aluguel de periféricos e equipamentos ou até mesmo a terceirização da fabricação de seus produtos, as empresas passaram a ter múltiplas alternativas para serem mais “leves” e ajustarem seu tamanho à situação e às demandas globais.
Do ponto de vista das equipes vale o mesmo raciocínio. Equipes inchadas tendem a ficar ociosas e ultrapassadas. Por que não contratar sob demanda, por expertise exigida, e por competências demandadas a cada projeto?
Quando falamos nas mudanças rápidas que os mercados têm sofrido, isso também reverbera na capacidade de atualização dos profissionais da companhia. Por que ficar preso a profissionais que muitas vezes podem estar ultrapassados, se a empresa pode buscar no mercado aquele especialista que está qualificado com o que tem de mais recente no seu universo de estudo?
Da mesma forma, a terceirização de profissionais com as mais diversas expertises também ajuda a empresa a trazer experiências diversas para a companhia, além de ficar mais flexível para adequar as equipes também sob demanda, ampliando ou reduzindo seu pessoal de acordo com a situação. Os profissionais que nela trabalham por sua vez, tendem a saírem da zona de conforto pois sabem que precisam estar atualizados e produtivos para fazerem parte dela.
Pontos de análise que podem até ser polêmicos, mas que inegavelmente representam uma quebra grande de paradigma para as empresas e para os empresários lideres dessas empresas. Cabe a eles ficarem atentos a essas mudanças e os ganhos que elas podem trazer. Trata-se de uma nova forma de se pensar e de se conduzir os negócios, sendo mais dinâmico e adaptável. E você está pronto para esse novo momento?