No Brasil, quando ouvimos venda direta o senso comum leva a pensar nos catálogos de cosméticos, mas o mercado é muito mais que isso.
O Brasil esta entre os dez maiores mercados de venda direta do mundo, sendo o mais importante da América Latina. Por definição da WFDSA – World Federation of Direct Selling Associations, venda direta é um sistema de comercialização de bens de consumo e serviços baseado no contato pessoal, fora de um estabelecimento comercial fixo, ou seja, vai muito além dos catálogos e pode abrigar muito mais produtos que cosméticos e itens para casa.
Mas nem tudo são flores. A principal dificuldade das empresas que apostam neste sistema está na motivação dos vendedores e padronização para a construção e manutenção da identidade de marca. Tais temas lhe parecem familiar? Sim, são os pontos fortes do franchising!
O segmento de franquias esta apoiado na padronização. O sucesso de uma rede está intimamente ligado a sua capacidade de manter o padrão de atendimento e entrega em todas as suas unidades.
Está feito o casamento perfeito. Enquanto a venda direta carece de padronização de processos e comprometimento com faturamento, o franchising busca por modelos de negócios com o menor custo possível.
O surgimento de microfranquias, nanofranquias e franquias home based são a prova da busca do setor por modelos mais enxutos e com o menor custo de investimento. A venda direta aparece como mais uma oportunidade para um sistema multicanal.
O franqueado se depara com um modelo de negócio de baixo investimento e sem os custos fixos como água, luz, aluguel e mão de obra. Uma oportunidade de levar renda para casa sem precisar cumprir uma rígida carga horária. Já a franqueadora se depara com um parceiro e não mais um vendedor. Diferente da venda direta fora do franchinsing, neste casamento o responsável pela comercialização de seus produtos também é dono do negócio e preza pelo nome da marca.
Acompanho a evolução deste mercado desde 2009. Transformei uma loja física de sapados no que hoje é a Quinta Valentina, uma rede que comercializa calçados femininos sem ponto comercial fixo. A rede cresceu 35% em 2017, muito além dos 3% registrados pelo setor de calçados. A venda direta, além de personalizada, traz mais facilidade de compra para quem não tem tempo. O momento é de ir onde o consumidor está.
Renato Kujumjian é administrador e proprietário da Quinta Valentina, rede que comercializa sapatos por venda direta. Com experiência no desenvolvimento de marcas de importantes players do mercado da moda, iniciou sua carreira no franchising em 2013, quando idealizou o modelo atual da franquia Quinta Valentina.