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Eles estão de olhos no Brasil

Eles estão de olhos no Brasil
Décio Pecin Jr. Publicado em 28 de Setembro de 2012 às, 12h00. Atualizado em 10 de Julho de 2023 às, 23h59.

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*Por Décio Casarejos Pecin Jr.

 
Em novembro de 2001 o economista inglês Jim O’Neill, da Goldman Sachs, publicou o estudo “Building Better Global Economic BRICs”, tese que daria origem ao termo BRIC. O estudo propunha que devido ao potencial econômico, Brasil, Rússia, Índia e China poderiam se tornar nas próximas décadas as quatro principais nações do mundo sob o ponto de vista econômico. Passado pouco mais de uma década desde a criação do termo – inclusive hoje revisado para BRICS em alusão à África do Sul – percebe-se notável amadurecimento econômico das nações que compõem o grupo, feita a ressalva do caso russo que por motivos internos ainda enfrenta certa instabilidade econômica.
 
Apesar de o surgimento dos BRICS não ser o tema central da discussão aqui proposta, a análise econômica do grupo é importante para entender o atual cenário mundial e como o Brasil está nele inserido. A destacar, as cinco nações que hoje compõem o grupo apresentaram nos últimos anos acelerado ritmo de crescimento, disponibilidade de mão de obra e um mercado interno emergente e com consumo em alta.
 
Cabe ressaltar também que, ainda que não estejam incólumes, todos os países citados têm enfrentado a crise nos mercados europeus e norte-americano sem maiores sobressaltos. No Brasil, em especial, a crise não somente está sendo contornada como também tem beneficiado segmentos específicos da economia interna, como os setores de varejo e franquias.
 
Entre 2008 e 2009, período que marca a eclosão da crise em seu caráter global, o franchising brasileiro cresceu 19,5% em faturamento, ritmo que se manteve estável nos anos subsequentes, chegando a 16,9% em 2011. No varejo, ainda que em ritmo menor, o crescimento registrado em 2008 foi de 13,6%. Ou seja, enquanto grandes empresas e grupos estrangeiros decretavam concordata ou simplesmente encerravam suas operações, redes brasileiras de franquia e varejo registravam acelerado ritmo de crescimento.
 
Com o desempenho acima da média, os setores passaram a atrair não somente novos empreendedores, mas também investidores com atuação global que enxergavam nos segmentos algum dos poucos que ainda mantinham a sua vitalidade. Foi neste contexto que os fundos de investimento desembarcaram no País prontos a fazer aportes significativos em grandes grupos. No caso do franchising especificamente, cabe destacar que houve enorme mudança de paradigma, visto que há menos de dez anos o setor não era bem visto pelos fundos de private equaty pela dificuldade que seria lidar com pessoas de diferentes perfis.
 
Aos poucos gestoras globais ingressaram nos segmentos de franquias varejo e em diversas áreas de atuação. Em 2009, o fundo Axxon adquiriu parte da operação do Mundo Verde, franquia que trabalha com produtos naturais. No ano seguinte, foi a vez da CVC Turismo, que recebeu o aporte do Carlyle Group. Em setembro, o mesmo Carlyle Group adquiriu parte majoritária da operação da varejista Tok Stok.
 
No setor de ensino de idiomas, a primeira empresa a receber aportes de fundos de investimento foi a Multi Holding, que em 2010 anunciou o ingresso do fundo Kinea em sua operação. Mais recentemente foi a vez do próprio CNA anunciar a entrada do fundo de investimento britânico Actis em sua operação, com o aporte de R$ 135 milhões.  Via de regra, as gestoras internacionais que investem em grupos brasileiros têm a missão de auxiliar no processo de expansão das redes societárias e, em longo prazo, dar início ao seu processo de abertura de capital.
 
A análise do atual momento com o ingresso de gestoras internacionais no mercado brasileiro evidencia o papel do Brasil na economia mundial. Se no contexto global os BRICS despontam como nações com acelerado ritmo de crescimento interno, no Brasil os segmentos de varejo e franchising se destacam como setores capazes de atrair investimentos vultosos. Essa realidade implica necessariamente na abertura de novos negócios e criação de novos postos de trabalho, fatores essenciais para o crescimento de qualquer nação emergente.
 
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