Início / Notícias / Negócio Próprio / Brasil pode ganhar espaço no comércio global com nova ofensiva tarifária

Brasil pode ganhar espaço no comércio global com nova ofensiva tarifária

Para apoiar as empresas, o Sebrae Rio oferece programas para internacionalização de empresas

Brasil pode ganhar espaço no comércio global com nova ofensiva tarifária
Flávia Denone Publicado em 09 de Maio de 2025 às, 08h00. Atualizado em 09 de Maio de 2025 às, 08h00.

Compartilhe:   

Com a escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, impulsionada pelas recentes taxações impostas, o Brasil pode estar diante de uma oportunidade única para ampliar sua presença no comércio internacional. Essa é a análise de especialistas que observam com atenção as movimentações do mercado global.

As tarifas diferenciadas impostas por Trump à China — que chegaram a ultrapassar 100% em alguns produtos — podem alterar profundamente os fluxos comerciais globais. A depender da continuidade dessas medidas, o impacto será sentido em diversos setores e, de forma indireta, pode abrir espaço tanto para o Brasil quanto para outros países emergentes.

“Independentemente se essa taxação comercial será benéfica aos Estados Unidos, esse aumento de taxação para a China cria brechas importantes para o Brasil”, afirmou o gerente de Negócios Internacionais do Sebrae Rio, Maurício Chacur.

A observação se refere principalmente à indústria agropecuária, que pode ganhar enorme protagonismo ao suprir as demandas alimentares da China, um país com forte preocupação com segurança alimentar e que possui uma das maiores populações do mundo.

Com a relação comercial entre EUA e China fragilizada, a expectativa é de que a China redirecione sua demanda ao Brasil, principalmente no setor de alimentos. “O Brasil pode atender de forma relativamente rápida e com qualidade”, destaca o gerente.

Além disso, o Brasil também pode aumentar suas exportações para os Estados Unidos, ocupando o espaço deixado por produtos chineses que perderão competitividade em razão das tarifas.

"Produtos de consumo como calçados, roupas, alimentos, bijuterias, embalagens, dentre outros, são itens com os quais o Brasil pode entrar com força no mercado americano." Maurício Chacur, gerente de Negócios Internacionais do Sebrae Rio.

No entanto, o cenário não é isento de riscos. A indústria chinesa, conhecida por seu alto volume de produção e preços agressivos, pode passar a inundar mercados alternativos — incluindo o Brasil — com produtos que antes tinham os EUA como destino. Isso impõe um desafio adicional para empresas nacionais que precisam estar preparadas para concorrer em preço e qualidade também no mercado interno.

Para enfrentar esses desafios e aproveitar as oportunidades, a preparação das empresas brasileiras é essencial. Segundo o Sebrae, exportar exige mais do que apenas vontade: é preciso investir em capacitação, entender de logística, buscar certificações e planejar estrategicamente a entrada em mercados internacionais.

“O Sebrae oferece uma série de programas que ajudam desde a formação de preço até o estudo de mercado. Exportar exige planejamento, mas é possível e vantajoso. Empresas que exportam aumentam a produtividade, gerenciam melhor riscos e ganham em competitividade”, explica Maurício Chacur.

A volatilidade do cenário político norte-americano exige cautela. Ainda assim, a tendência é de manutenção das tarifas mais agressivas contra a China, o que reforça a leitura de que o Brasil pode se consolidar como fornecedor alternativo para os Estados Unidos.

“Existe uma grande oportunidade no médio prazo. Mas é preciso se preparar para não se ‘queimar’, ter uma experiência ruim e ser forçado a sair do mercado em seguida. Os EUA são vários mercados em um só — vender para Miami é diferente de vender para Nova York ou Califórnia. Então, planejamento é tudo”, conclui Chacur.

Setores como alimentos, calçados, vestuário, acessórios, cosméticos e até o de serviços estão entre os que podem se beneficiar, desde que preparados para atuar no competitivo — e agora mais receptivo — mercado internacional.

Fonte

Agência Sebrae

PUBLICIDADE

Tem interesse no mercado de franquias?