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Franchising 2026: as tendências que vão liderar o setor

Formatos menores, mais ágeis e descomplicados serão estratégia central das marcas

Franchising 2026: as tendências que vão liderar o setor
Isis Brum Publicado em 15 de Dezembro de 2025 às, 08h00. Atualizado em 15 de Dezembro de 2025 às, 08h00.

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O franchising brasileiro chega a 2026 atravessado por movimentos claros de transformação, que combinam crescimento setorial, evolução dos formatos de operação e incorporação cada vez mais profunda de tecnologia. Em entrevista à plataforma Sua Franquia, Rodrigo Abreu, diretor de Marketing e Comunicação da Associação Brasileira de Franchising (ABF), compartilhou sua leitura sobre os pilares que devem sustentar o próximo ciclo de expansão do setor, com base nos dados e comportamentos observados ao longo de 2025.

Entre os segmentos com maior capacidade de tracionar o franchising nos próximos anos, Abreu destaca aqueles que já vêm apresentando desempenho consistente. Segundo ele, entre janeiro e setembro deste ano, os maiores crescimentos foram registrados em Limpeza e Conservação (14,5%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (13,1%) e Alimentação, Comércio e Distribuição (12,7%).

Ao analisar um intervalo mais amplo, segundo aponta o executivo, os segmentos de Alimentação e de Saúde, Beleza e Bem-Estar também continuam demonstrando força. Para 2026, a expectativa é de continuidade desse protagonismo. “Esses segmentos mostraram alta capacidade de atrair novos empreendedores e atender novas demandas do consumidor e acreditamos que continuarão em destaque em 2026, especialmente, quando falamos em inovação, digitalização e formatos mais flexíveis de operação”, destaca Abreu.

O que sustenta essa tendência é a combinação entre inovação, digitalização e formatos de operação mais flexíveis. Abreu ressalta que esses segmentos demonstraram maior agilidade em adaptar seus modelos de negócio às novas dinâmicas de consumo, incorporando processos digitais, novos canais de relacionamento e operações mais enxutas. Esse movimento, segundo ele, tende a se intensificar até 2026, consolidando redes mais ágeis, menos dependentes de estruturas físicas complexas e mais conectadas ao comportamento do consumidor contemporâneo - jornada fluida, rápida e conveniente.

Para Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, consultoria para franquias e redes de negócios, existe uma mudança clara em curso atuando sobre o setor. “Em 2026, as redes mais fortes serão aquelas que conseguirem integrar canais, tecnologia e pessoas de forma fluida. Não é só sobre presença, é sobre relevância. E relevância se constrói com estratégia, cultura e consistência”, pontua a executiva.

Franquias educacionais

Outro segmento que desponta no franchising é o de Educação. De acordo com os dados compartilhados por Abreu, o setor ocupa a segunda posição em avanço no número de operações, com crescimento de 9,8%, ficando atrás apenas de Limpeza e Conservação.

O executivo ressalta que, desde 2021, o franchising educacional passa por uma transformação profunda, não apenas pelo surgimento de novos formatos, mas também pela diversificação de canais e por movimentos estruturais que vêm redesenhando a forma de escalar esse tipo de operação. Para ele, o setor tende a permanecer em evidência também no próximo ano.

Modelos de operação

Quando o foco se desloca para os modelos de operação, o cenário aponta para estruturas cada vez mais orientadas por eficiência e escalabilidade. Para Abreu, os formatos que combinam baixo Capex (despesa de capital, em português), alta capacidade de replicação e controle operacional devem ganhar protagonismo.

É o caso de lojas compactas, quiosques e operações híbridas, que integram experiência física e digital em um mesmo ecossistema. Esses formatos respondem diretamente à busca das redes por maior capilaridade, sem comprometer a rentabilidade das operações.

Custos de implantação e operação

A pressão sobre custos de implantação e operação é um fator que acelera a tendência dos formatos compactos. Abreu observa que, diante de um ambiente em que despesas continuam sendo um ponto de atenção, as marcas têm buscado modelos que permitam expansão mais segura e menos intensiva em investimento.

A intenção estará voltada para o crescimento com mais precisão, redução de risco para o franqueado e garantias de previsibilidade de resultados para a rede, elementos que devem se consolidar como padrão em 2026, sobretudo, diante de um cenário macroeconômico desafiador.

A tecnologia também assume um papel cada vez mais estruturante nos modelos de franquia. Abreu destaca a evolução das unidades que operam com integração tecnológica, seja por meio de automação de processos, seja pelo uso de ferramentas de gestão mais sofisticadas. 

Esse avanço permite que o franqueado atue com mais controle, previsibilidade e segurança, reduzindo falhas operacionais e melhorando a capacidade de tomada de decisão. Para ele, o grande modelo de destaque nos próximos anos será aquele capaz de equilibrar experiência do consumidor, eficiência interna e controle de custos.

Operações complexas?

Nos setores de maior complexidade operacional, a tendência é descer um degrau na estrutura para viabilizar a expansão. Abreu afirma que formatos menores, mais ágeis e de implantação simplificada deixaram de ser uma aposta pontual e se tornaram uma estratégia central.

Quiosques, containers e até vending machines de nova geração, equipadas com automação, meios de pagamento integrados e monitoramento remoto, já estão permitindo que marcas tradicionalmente mais robustas testem novos mercados com riscos reduzidos.

Esses formatos, segundo o executivo, ampliam o acesso das redes a cidades de menor porte e fortalecem a presença em corredores de grande circulação, além de tornarem o custo de entrada mais acessível para novos franqueados. “Porém, o segredo é adaptar o modelo sem perder a essência do negócio e sem comprometer padrões de qualidade e governança”, alerta Abreu, sobre um dos pontos fundamentais para a ABF na construção de marcas sustentáveis e longevas do setor.

Ao olhar para 2026, Lyana Bittecourt acredita que a chave para o próximo ano está na maturidade do varejo, consequentemente, do franchising, frente a uma era em que crescimento e sustentabilidade do negócio precisam andar juntos. “A eficiência dos formatos, a inteligência no uso da tecnologia e a capacidade de expandir com controle de qualidade deixam de ser diferenciais e passam a ser pré-requisitos”, diz. “Isso exige líderes mais preparados, franqueados mais profissionais e marcas com coragem para inovar sem perder governança. O futuro não será das redes maiores, mas das redes mais bem estruturadas”, conclui.

Imagem: Canva

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