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Febraban estima crescimento do crédito em 8,5%

Estimativas para a inflação seguem altas, mas maioria dos  bancos acredita que Copom encerrou o ciclo

Febraban estima crescimento do crédito em 8,5%
Isis Brum Publicado em 29 de Maio de 2025 às, 13h30. Atualizado em 29 de Maio de 2025 às, 13h30.

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O crédito deverá crescer 8,5% em 2025, com destaque para o avanço das linhas voltadas às famílias, segundo a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O levantamento, realizado entre 14 e 19 de maio, com 22 instituições financeiras, aponta uma leve estabilidade em relação à previsão anterior, de 8,6%, reforçando a tendência de desaceleração gradual no ritmo de expansão do crédito ao longo do ano.

Para os empresários e franqueadores, o ponto de atenção está na revisão para baixo das projeções de crédito voltado às empresas, que caiu de 7,2% para 6,4% nas operações com recursos livres. Em contrapartida, o crédito para famílias subiu ligeiramente, de 9% para 9,1%, indicando que o consumo das famílias pode continuar aquecido — um fator positivo para o varejo e redes de franquias voltadas ao consumidor final.

No crédito direcionado, a previsão geral de crescimento manteve-se estável em 9,1%. No entanto, o crédito para empresas também sofreu ajuste negativo (de 9,3% para 9,1%), enquanto o destinado às pessoas físicas teve leve alta (de 8,8% para 8,9%).

Esses dados sugerem um cenário em que o consumo das famílias continua sustentando a atividade econômica, enquanto os investimentos por parte das empresas tendem a se manter mais cautelosos.

Crédito destinado às famílias

Quanto ao crédito destinado às famílias, pouco mais da metade (55%) dos analistas consultados espera um crescimento próximo a dois dígitos (ou um dígito alto) ao longo do ano. O patamar é levemente superior ao observado na pesquisa de março (50%), também sugerindo alguma melhora nas expectativas quanto ao desempenho do crédito às famílias em 2025.

“No geral, apesar do aumento relevante da incerteza no cenário internacional e a continuidade do ciclo de elevação da taxa Selic desde a realização da última pesquisa, as revisões para o crescimento do crédito foram bastante marginais”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

“A percepção é que o crédito, assim como a atividade, ainda que mostrem alguma desaceleração ao longo do ano, devem seguir com expansão interessante em 2025, especialmente no caso das famílias, beneficiadas pelo mercado de trabalho aquecido, contínuo crescimento dos benefícios sociais, além do lançamento do programa Crédito ao Trabalhador”, complementa Sardenberg. 

A trajetória da taxa de inadimplência segue como um ponto de atenção. A projeção do indicador para a carteira com recursos livres permaneceu em 4,7%, mesmo patamar estimado para 2026 e acima do reportado pelo Banco Central para o mês de março (4,4%). 

Já em relação à expansão projetada para o crédito em 2026, a estimativa esperada é de 7,6%, ligeiramente abaixo do resultado da pesquisa de março (7,8%). Na comparação com a pesquisa anterior, houve revisão para baixo do crédito livre, de 7,3% para 7,1%, enquanto a projeção para a expansão da carteira direcionada subiu para 8,5% (ante 8,3%). 

Selic

Segundo a Pesquisa de Economia Bancária, a maioria dos entrevistados (68,2%) entendeu que o Copom sinalizou a intenção de encerrar o ciclo de alta da taxa Selic, mas dados de atividade e inflação adversos ainda podem levar a uma nova elevação dos juros na próxima reunião.

Assim, a mediana captada pela pesquisa projeta manutenção da taxa Selic em 14,75% ao ano até o fim de 2025, ante expectativa que chegasse a 15% ao ano na pesquisa anterior.

PIB

Em relação ao crescimento da economia, os participantes ficaram divididos (grupos de 45,5%) entre os que ainda aguardam uma expansão do PIB próxima a 2% em 2025 e aqueles que já preveem uma alta superior a 2%. Na pesquisa realizada em março, o otimismo era menor quanto ao desempenho da atividade no ano.

Inflação

De acordo com o estudo, as projeções para a inflação em 2025 seguem elevadas e sem sinais de melhora, com a maioria dos participantes (77,3%) esperando que o IPCA fique entre 5% e 5,5%, enquanto o restante (22,7%) projeta o indicador mais próximo a 6%.

Cenário norte-americano

Nos Estados Unidos, apesar das incertezas causadas pela política comercial da administração Donald Trump, 81,8% dos analistas esperam uma desaceleração gradual da atividade, sem um risco real de recessão.

 Neste sentido, há quase uma unanimidade (90,9%) entre os participantes consultados de que o Fed deve promover apenas 1 ou 2 cortes de 0,25 ponto percentual nos juros ao longo do ano.

Imagem: Canva

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