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Mulheres remodelam a sua história

Mulheres remodelam a sua história
Sua Franquia Publicado em 21 de Junho de 2008 às, 13h08. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 02h59.

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O Boticário comercializará produtos (bonequinhas) de presidiárias que resgatam a sua auto-estima confeccionando em Garanhuns

Produto será comercializado a partir da segunda quinzena de maio em lojas do Rio de Janeiro e São Paulo. A cada movimento que faz com a agulha, Sandy Rochelly Lopes, tece um pouco de sua liberdade. E parte dos seus sonhos também. Na infância, foi raro o contato que teve com os brinquedos, mas essa detenta da Colônia Penal Feminina de Garanhuns, no Agreste, retoma agora, aos 28 anos de idade, o hábito perdido na época em que precisou enfrentar a dura realidade de menina pobre. A chance veio de mãos dadas com a possibilidade de ressocialização, redução da pena e alcance de uma renda fixa, graças ao projeto ‘Ações Conjuntas de Pilotos de Comércio Justo e Solidário - Grandes Compradores Nacionais’, da ONG Visão Mundial, em parceria com o Sebrae.

Através dele, não somente Sandy, mas 39 presidiárias confeccionam as ‘Bonequinhas Solidárias’. Neste sábado, enquanto se comemora o Dia Internacional do Comércio Justo, as detentas agilizam a sua produção, que será, dentro de poucas semanas, introduzida no mercado, estando nas prateleiras de 250 lojas ‘O Boticário’ do Rio de Janeiro e São Paulo.

E não é um material comum que elas produzem. Há padrões - que não podem ser quebrados. É preciso muita delicadeza para cortar, colar e costurar uma boneca, que não passa de três centímetros. Cabeça, corpo e membros devem estar em harmonia com detalhes como blusa, chapéu e saia. Qualquer desproporcionalidade põe todo o trabalho a perder. Até a fisionomia é levada em conta. Os rostos das bonequinhas têm que apresentar um aspecto de alegria.

É preciso muita paciência para que os itens sejam aprovados pela ONG, e é justamente esse ponto o mais fraco das detentas, que não aprenderam a ter calma suficiente para trabalhar um mês inteiro por um salário. Por isso, a maioria veio parar aqui”, explicou a chefe da colônia, Goretti Vieira, que faz questão de avaliar cada passo dos trabalhos: “Elas estão no caminho certo, são dedicadas, sentem prazer em bordar e ver como o resultado saiu belo. Uma confia na outra para que idéia, juntamente com elas, possa crescer”.

Segundo a chefe da colônia penal, apesar de hoje utilizarem linha de produção, as mulheres aprenderam como fazer e montar cada peça. “Uma maneira de elas saírem daqui preparadas para ganhar dinheiro e independência, podendo até ensinar outras pessoas das suas comunidades”, frisou Goretti.

Renata Cavalcanti, integrante da coordenação do projeto, explicou que a proposta da ação é viabilizar às mulheres em situação de exclusão o acesso ao mercado, repaginando suas perspectivas de vida. “Nossa expectativa é resgatar a auto-estima dessas mulheres. Assim, elas podem remodelar sua história pelas próprias mãos, com relações justas, associativismo e solidariedade”, apontou.

É com o objetivo de praticar e disseminar o comércio justo no Brasil, que o Boticário - maior rede mundial de franquias de perfumes e cosméticos - comercializará as Bonequinhas Solidárias em suas lojas, a partir da segunda quinzena de maio. O Projeto contará com o apoio de parceiros, fornecedores, franqueados, consultoras e consumidores.

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