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Varejistas temem avanço de lojas da Nike no Brasil.<BR>

Varejistas temem avanço de lojas da Nike no Brasil.<BR>
Sua Franquia Publicado em 21 de Junho de 2008 às, 18h10. Atualizado em 10 de Julho de 2023 às, 23h59.

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SÃO PAULO, 27 de novembro de 2006 - A queda-de-braço entre o Shopping Barigui, do grupo Multiplan, e a rede de lojas Centauro no Paraná pode trazer mais conseqüências para a Nike do que a disputa por um ponto-de-venda. Na semana passada, a Centauro obteve uma liminar na Justiça para impedir a instalação de sua Nike Store no shopping. A norte-americana, que é importante fornecedora da Centauro, não se intimidou e abriu sua loja, já que a disputa corre entre a varejista e o dono do empreendimento.

Nos bastidores, imbróglio trouxe mais animosidade entre a Nike e os varejistas - que já não vivem uma relação muito tranqüila. Além disso, outros fabricantes de material esportivo já se mobilizam para conquistar mais espaço nas lojas onde a Nike possui forte penetração. ""Não podemos negar o desconforto com a Nike e estamos refletindo sobre a estratégia da empresa no Brasil que parece dúbia"", afirma Sebastião Bonfim, sócio da Centauro. Segundo ele, ao mesmo tempo em que estimula as vendas com assessoria aos lojistas, a Nike monta uma franquia a menos de 75 metros de um distribuidor. ""Por enquanto, a Nike tem tido um comportamento leal, mas não deixa de ser um concorrente"", diz Ronaldo Moura, sócio da Físico & Forma - rede de 15 lojas, duas no Shopping Rio Sul e duas no Barra Shopping nos quais a Nike abriu franquias. ""Receio que os franqueados venham a ter algum privilégio"", diz, lembrando que outras marcas, como Adidas, Puma, Reebok também têm lojas próprias. ""Mas elas estão fora dos shoppings e geram menos concorrência."" Segundo os varejistas, esse tipo de disputa leva os concorrentes da própria Nike a brigar por mais prateleiras dentro das lojas. ""A Adidas já mostrou disposição para ocupar o espaço que a Nike eventualmente venha a perder"", diz um comerciante.

A empresa, que deve encerrar o ano com receita global perto dos US$ 15 bilhões, inaugura no mês que vem sua oitava loja própria, em Porto Alegre - as outras são em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e a de Curitiba. Em comunicado, a Nike diz que seu objetivo não é prejudicar os lojistas. ""Queremos fortalecer o posicionamento da marca."" Túllio Formicola, diretor de marketing da Reebok afirma que as lojas-conceito são mais um instrumento de marketing do que uma fonte de receita, mas reconhece que elas trazem problemas aos lojistas. ""Temos um concorrente no Fashion Mall, mas falamos com eles antes de abrir. Porque as lojas-conceito roubam clientes sim e são um problema para o varejo"", diz o executivo da Reebok, que tem também tem uma unidade rua Oscar Freire, em São Paulo. A inglesa Umbro prepara-se para seguir a concorrência e deve abrir as primeiras lojas da marca em 2007. A empresa vai testar o conceito na Europa e na Ásia e só deve abrir lojas aqui em 2008. Segundo Paulo César Verardi, diretor das operações da Umbro no Brasil, as lojas-conceito são uma tendência mundial mas, como diz o nome, a idéia é estimular a identificação com a marca. A venda de produto vem em segundo plano. ""Mas é claro que elas concorrem com o varejo, embora não seja esse objetivo. Caso contrário, seria um tiro no pé"", diz Verardi. É esse o receito dos distribuidores em relação à Nike. (Valor Econômico).

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