O L’Entrecôte de Paris chegou ao Brasil no final de 2009 com pelo menos dois desafios, além daqueles existentes para entrantes no foodservice: introduzir a culinária francesa no País e ganhar o coração dos clientes oferecendo um único prato. O modelo é inspirado no tradicional Le Relais de l’Entrecôte, restaurante parisiense famoso pelo menu de prato único, em que serve um corte de carne suculento, coberto por um molho secreto e batatas fritas, além de sobremesas saborosas. Para investidores, a franquia reúne um conceito enxuto e replicável, que atrai clientes em busca de experiência, celebração e exclusividade.
Glaucia Fernandes, diretora-executiva do L’Entrecôte de Paris, destaca o foco em um cardápio restrito e exclusivo. “Nós trabalhamos com um único prato, o entrecôte, com variações apenas no tamanho da carne. Isso nos diferencia em um mercado em que quase todos os restaurantes oferecem menus extensos e dispersos. Nosso segredo está na consistência da experiência e no molho, que é inigualável”, destaca.
Essa simplicidade se traduz em eficiência operacional, controle de qualidade e fidelização. Ao mesmo tempo, cria um desafio estratégico: estimular a recorrência do cliente em um restaurante que não varia o prato principal. A resposta da marca foi investir nas chamadas “laterais” do cardápio, como entradas e sobremesas, que passaram a ser desenvolvidas por uma confeitaria própria, trazendo inovação sem romper com o conceito central.
Inovação e rebranding
O L’Entrecôte de Paris passou por um movimento de modernização e reposicionamento recentemente. Segundo Glaucia, a rede promoveu um rebranding completo, incluindo a atualização do logo e da arquitetura dos salões. O modelo atual privilegia o conceito de bistrô moderno, com ambientes mais intimistas, sem perder a essência parisiense que remete à sofisticação da marca.
Os resultados desse movimento foram expressivos, de acordo com a executiva. No primeiro semestre de 2024, a rede apresentou crescimento de 19% no número de clientes, em comparação ao período anterior, demonstrando que as mudanças foram bem recebidas pelo público.
No ambiente físico, a aposta é em unidades bistrô, de 50 a 60 lugares, valorizando o caráter intimista e a experiência completa de consumo. “O cliente não vai apenas para se alimentar, mas para viver um momento de celebração. Nossos salões recebem, sobretudo, casais em datas especiais, como o Dia dos Namorados, quando formam filas de duas a três horas”, explica Glaucia.
No digital, a rede investiu em dark kitchens, alcançando consumidores que preferem delivery. Embora a experiência em casa seja diferente — "sem batata e molho à vontade” —, o L’Entrecôte de Paris desenvolveu embalagens premium, transformando o pedido em um presente. A estratégia resultou em boa avaliação nos aplicativos e consolidou a marca também no ambiente online.
Atualmente, no entanto, a decisão estratégica foi interromper novas aberturas de dark kitchens, concentrando os investimentos em salões físicos, considerados mais sustentáveis para a expansão de longo prazo.
Expansão nacional e internacional
Hoje, a rede soma 32 unidades no Brasil (13 salões e 19 dark kitchens) e duas em Portugal (um salão e uma dark kitchen). A expansão segue um plano sólido, que inclui novas lojas em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, as quais já estão em andamento, além da prospecção para abrir mais unidades na Península Ibérica.
O foco é crescer de forma sustentável e ética, evitando a abertura desenfreada que já levou outras redes a fecharem portas posteriormente, na avaliação da executiva. “Nós não buscamos estar em todas as esquinas, mas sim em locais estratégicos, com real potencial de recorrência. Para nós, é fundamental que o investimento do franqueado seja respeitado”, reforça Glaucia.
Perfil do franqueado e modelo de negócio
O investimento inicial para um salão gira em torno de R$ 1,2 milhão, com recomendação de cidades verticalizadas, que favoreçam a recorrência de clientes. O perfil ideal de franqueado é alguém ligado ao setor de alimentação, ou ao menos com forte envolvimento no dia a dia do negócio.
“Não buscamos investidores apenas financeiros. Queremos parceiros presentes na operação, que se apaixonem pela marca e entendam o peso da responsabilidade. Em muitos casos, famílias inteiras se envolvem no restaurante, como aconteceu em Anápolis, quando um casal decidiu abrir a unidade após viver uma experiência marcante em Paris”, conta Glaucia.
A rede oferece treinamento intensivo, imersão em outras lojas e suporte contínuo, assegurando que cada operação mantenha o padrão de qualidade que a caracteriza.
O L’Entrecôte de Paris se posiciona como uma experiência sensorial e emocional e procura estar presente em momentos especiais da vida dos clientes, tendo sido palco para noivados, pedidos de casamento e celebrações de aniversário de namoro. “O propósito da rede é oferecer uma experiência parisiense memorável. Muitos clientes nos escolhem justamente para celebrar marcos de suas vidas”, ressalta. Esse vínculo emocional fortalece a imagem da marca e garante relevância em um mercado cada vez mais competitivo.
Para investir
Bistrô: possui cardápio enxuto e pratos de qualidade
- Valor de investimento total: de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão
- Faturamento médio: R$ 300 mil a R$ 600 mil
- Metragem: 100 m² a 150 m²
- Capacidade: 40 a 60 lugares
- Lucratividade média: de 10% A 15% do faturamento
- Prazo de retorno médio: 24 a 28 meses
Salão : metragem ampliada e opção ideal para grandes capitais
- Valor de investimento total: de R$ 1,3 milhão a R$ 1,5 milhão
- Faturamento médio: R$ 600 mil a R$ 800 mil
- Metragem: acima de 150 m²
- Capacidade: acima de 80 lugares
- Lucratividade média: de 10% A 15% do faturamento
- Prazo de retorno médio: 28 a 36 meses
