O franchising de alimentação no Brasil encerrou 2024 com um crescimento expressivo de 15,6% em faturamento e expansão de 3% no número de unidades, alcançando mais de 900 redes ativas. Os dados fazem parte da Pesquisa Setorial da Associação Brasileira de Franchising (ABF) 2024-2025, elaborada pela Galunion, empresa especializada na análise do desempenho do setor e aponta as tendências para o próximo ano.
Para o potencial franqueado, os números reforçam um cenário de resiliência e atratividade. Mesmo diante de desafios macroeconômicos, o setor mostra força para gerar lucros consistentes e abrir espaço para novos investidores.
Categorias e modelos em destaque
A diversidade de opções no setor é um ponto de atenção para quem busca o negócio certo. Foram analisadas 58 variações e, entre as categorias gastronômicas que mais se destacam, a "Variada/Brasileira", com 16% das redes atuantes nesse setor. O ticket médio é mais elevado e há ampla aceitação nacional.
Em segundo lugar, com 14%, estão as redes de cafeterias e chás, segmento em alta, impulsionado pela demanda por experiências rápidas e sofisticadas. As hmaburguerias e sanduicherias, com 9% cada, vêm em terceiro lugar, e se destacam por serem opções populares com adaptações para o delivery.
Nos modelos de Serviço, o formato serviço rápido domina, representando 67% das redes, enquanto o serviço completo (16%) surge como alternativa para públicos que buscam experiências gastronômicas mais completas.
Saúde financeira do setor
Em relação à saúde financeira do setor, o relatório é animador. De acordo com a pesquisa, 84% das redes aumentaram suas vendas em 2024, 91% das marcas registraram lucro, sendo que 66% apresentaram margens acima de 10%
e o ticket médio geral foi de R$ 63,53, com o delivery atingindo R$ 75,32 (com taxa).
Além disso, as despesas com mercadorias vendidas (como ingredientes e embalagens) e o custo da mão de obra (salários e encargos) consomem, em média, 52% de todo o faturamento das franquias de alimentação.
Em outras palavras, a cada R$ 100 faturados mais da metade vai diretamente para cobrir esses dois itens essenciais da operação. Isso demonstra que o setor tem uma boa capacidade de manter esses custos sob controle, mesmo em um mercado competitivo.
Para possíveis investidores, os indicadores sugerem um setor com custos bem gerenciados e bom potencial de retorno.
Digitalização e delivery
O avanço da digitalização no setor de alimentação é um destaque do relatório, segundo o qual os pagamentos com Pix e cartões predominam , enquanto o dinheiro físico representa menos de 10% do faturamento em 64% das redes.
Para 83% das marcas respondentes, o cartão de débito representou entre 21% a 50% do faturamento. Para 70%, os vouchers ou vales (alimentação e refeição) representaram menos de 10% do faturamento.
O delivery responde, em média, por 21% do faturamento das redes, com 42% delas superando 16% de participação desse canal. Porém, metade das marcas combina canais próprios e plataformas de terceiros, como iFood e Rappi, para captar pedidos, mostrando uma estratégia omnicanal cada vez mais comum.
Esses dados sinalizam que o investimento em redes que dominam o ambiente digital e possuem logística eficiente pode ser o diferencial competitivo para novos franqueados.
Peso da localização estratégica
Outro ponto estratégico para o investidor é o custo de ocupação, que pode variar significativamente conforme o modelo de negócio escolhido para operar.
O relatório da ABF e Gallunion aponta que as unidades implementadas em shoppings têm 14% do faturamento bruto comprometidos com a ocupção. Já os centros comerciais consomem, em méida, 10%, e os pontos de rua, 14%.
Esse fator reforça a importância de analisar o ponto comercial e alinhar o modelo de negócio à localização.
O momento é ideal para investir?
O relatório sinaliza um setor de alimentação que não só resistiu a desafios econômicos recentes, mas também se reinventou com novos formatos de atendimento, tecnologia embarcada e expansão delivery.
Com um mercado projetando crescimento contínuo e categorias promissoras, o franchising de alimentação se firma como uma das melhores apostas para quem deseja diversificar investimentos e aproveitar a força das grandes marcas.
Imagem: Canva