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“Franchising de alimentação é o maior do Brasil e segue crescendo”, diz Felipe Koga

Consultor destaca desempenho do foodservice, desafios e perfil médio das franquias em evento pós-NRA Show

“Franchising de alimentação é o maior do Brasil e segue crescendo”, diz Felipe Koga
Isis Brum Publicado em 27 de Maio de 2025 às, 08h00. Atualizado em 27 de Maio de 2025 às, 08h00.

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O setor de alimentação continua a ocupar o topo da cadeia do franchising brasileiro e a distância entre ele e os demais segmentos não para de crescer. Em 2024, as redes de alimentação faturaram R$ 72 bilhões e responderam por 26% de toda a receita do franchising nacional. Dentro desse ecossistema, o canal de foodservice (que engloba todas as atividades ligadas a refeições fora do lar) foi o grande protagonista, movimentando R$ 47 bilhões, um significativo aumento de 17,5% em relação ao ano anterior. 

Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e foram apresentados por Felipe Koga, head de Estratégia e Transformação do Grupo BITTENCOURT, durante o Connection Foodservice Day – Pós NRA Show 2025, evento realizado pela Gouvêa Foodservice, Gouvêa Experience e Mercado &Consumo na Vila Vérico, Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, na última segunda-feira, 26 de maio.

“O franchising é um mercado bilionário e tem crescido nos últimos anos com taxas de dois dígitos. Poucos setores podem dizer o mesmo. E dentro dele, o segmento de alimentação é, hoje, o principal do Brasil”, afirmou o consultor.

Estrutura em dois canais

O franchising de alimentação se divide entre comércio e distribuição — que inclui empórios, lojas de conveniência e supermercados — e o foodservice, voltado ao preparo e consumo imediato de alimentos. Em 2024, o primeiro canal movimentou R$ 25 bilhões, enquanto o segundo respondeu pela maior parte do faturamento: R$ 47 bilhões.

“Quando a gente fala em foodservice, falamos do consumo fora do lar. E é justamente aí que temos visto maior dinamismo”, destacou Koga.

Chocolates, hambúrgueres e açaí lideram em número de operações

De acordo com os dados da ABF apresentados pelo consultor, em número de unidades franqueadas, três subsegmentos de alimentação se destacam e, juntos, respondem por mais da metade das operações ativas no país: chocolates, lanches (como hambúrgueres) e açaís/sorvetes.

“Esses modelos têm se mostrado altamente replicáveis, com apelo de consumo recorrente e investimento inicial mais acessível. Isso explica sua força dentro do franchising”, explicou o executivo.

A Cacau Show, por exemplo, segue como um ícone dentro do segmento de chocolates, enquanto redes de lanches e sobremesas geladas continuam ganhando tração em diversas regiões do País.

Desafios: custo, consumo e comportamento
Apesar dos bons resultados, o setor de foodservice enfrenta desafios relevantes. Koga chamou atenção para quatro fatores centrais: escassez e rotatividade da mão de obra, queda no consumo, pressão inflacionária sobre insumos e mudanças profundas no comportamento do consumidor.

“Hoje, não basta ter uma operação transacional. Precisamos dar mais motivos para o cliente nos escolher. O consumidor busca mais do que produto; ele quer experiência, conveniência e saudabilidade”, pontuou.

Segundo ele, há uma clara migração do consumo para dentro do lar, em razão da elasticidade limitada de preços. O setor também enfrenta dificuldades para repassar aumentos aos clientes finais, o que exige eficiência e criatividade das redes.

“Estamos perdendo clientes para o supermercado. A elasticidade de preços tem um limite. Precisamos ser criativos para continuar atraindo público”, alertou o consultor.

Franquia média: quanto custa, quanto retorna
A apresentação também trouxe um raio-X detalhado do perfil médio das franquias de alimentação no Brasil. Os dados, compilados a partir das próprias redes e da ABF, revelam um modelo atrativo para quem busca empreender com suporte e escalabilidade.

  • Investimento inicial: entre R$ 250 mil e R$ 570 mil
  • Payback: de 20 a 36 meses
  • Royalties: 7% sobre o faturamento bruto
  • Fundo de propaganda (FPP): 2% sobre o faturamento bruto
  • Faturamento médio mensal: R$ 137.500
  • Média de unidades por rede: 110

“Uma franquia média no País exige um investimento considerável, mas oferece retorno rápido e potencial de escala. Não é à toa que continua sendo uma das apostas favoritas dos investidores”, ressaltou Koga.

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