O turismo interno brasileiro deixou de ser apenas uma alternativa mais acessível para se consolidar como um dos motores da economia nacional. Depois de enfrentar os anos mais desafiadores da pandemia, o setor voltou a crescer com força. Segundo o Ministério do Turismo, em 2024 o segmento movimentou R$ 89,5 bilhões — alta de 8,1% em relação ao ano anterior — e abriu caminho para novos negócios em todo o País.
Ao contrário de alguns, não entendo que a alta do dólar tenha sido determinante para o crescimento das viagens nacionais. Os produtos nacionais não concorrem assim tanto com o internacional. O que houve foi uma priorização do brasilieiro para as viagens.
Esse movimento também impactou o mercado de trabalho. Ainda de acordo com o Ministério do Turismo, o setor já emprega mais de 3,5 milhões de pessoas de forma direta, um crescimento de 7,9% em relação ao período pré-pandemia. Isso comprova que, ao aquecer a economia, o turismo abre espaço para carreiras, capacitação profissional e empreendedorismo local.
O Plano Nacional de Turismo 2024-2027 reforça essa tendência. Com a meta de ampliar de 312 para 400 os municípios no Mapa do Turismo Brasileiro, haverá mais recursos federais, visibilidade e investimentos em infraestrutura — uma oportunidade sem precedentes para quem deseja transformar tradições culturais e regionais em negócios sustentáveis.
Outro vetor é a tecnologia. As redes sociais já são determinantes na escolha de destinos: pesquisa da Offerwise aponta que um em cada três brasileiros busca informações de viagem em plataformas como Instagram que é a rede principal de Turismo no Brasil.
Os desafios, claro, permanecem. A falta de acessibilidade em muitas cidades limita o turismo inclusivo, e eventos como a tragédia no Rio Grande do Sul expõem a vulnerabilidade de destinos frente a catástrofes naturais. Mas também revelam a força da colaboração entre setor público e privado, fundamental para a retomada rápida.
Como fundador e CEO da TZ Viagens, a maior rede multimarcas de agências de viagem do franchising, vejo nesse cenário um convite ao empreendedorismo. Quem apostar em inovação, qualificação e atendimento consultivo estará na dianteira para atender um novo perfil de viajante, cada vez mais exigente e conectado.
O turismo interno brasileiro não é apenas um setor em crescimento: é uma plataforma de negócios em expansão, capaz de gerar impacto econômico, social e cultural. Para os empreendedores, o momento de se movimentar é agora.
Paulo Manuel* é fundador e CEO da TZ Viagens
*O artigo publicado não reflete, necessariamente, a visão do Portal Sua Franquia, sendo, as opiniões expressas, responsabilidade do autor.
Imagem: Canva