Início / Notícias / Varejo / Como a taxa Selic interfere no varejo Brasileiro?

Como a taxa Selic interfere no varejo Brasileiro?

Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP, fala sobre como a decisão do Copom em manter a Selic alta impacta o varejo nacional

Compartilhe:   

Definida pelo Banco Central do Brasil, a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. O valor atua diretamente nas taxas de juros de empréstimos e financiamentos vigentes em todo o território nacional. Consequentemente, a taxa tem influência direta no varejo.

Atualmente, a Selic encontra-se no patamar de 13,75%, definida pela última reunião do COPOM (Comitê de Políticas Monetárias). O número atual é mantido há seis reuniões consecutivas buscando o controle inflacionário do país. Mas, afinal, como a taxa atinge o varejo brasileiro?

Com o aumento da Selic, os juros cobrados pelos bancos e outras instituições financeiras também tendem a subir, aumentando assim o custo dos empréstimos e financiamentos. Esse fator pode acarretar uma redução na demanda por crédito e assim diminuir o consumo do varejo no país.

No cenário de queda da Selic, os juros dos empréstimos e financiamentos seguem o caminho da diminuição, podendo assim estimular o consumo no varejo. Além disso, uma taxa Selic mais baixa também pode reduzir o custo de capital das empresas, levando a um aumento nos investimentos e na oferta de empregos.

Como resultado de uma taxa de juros alta, o Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, que apresenta dados mensais de movimentação no setor, indicou uma diminuição de 1,8% nas vendas do mês de março, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Pedra no sapato para o comércio, o aumento da taxa Selic é o remédio para o controle da inflação no país, ou seja, a busca pela diminuição de preços nos produtos e serviços que são comercializados. O último dado da inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referente ao mês de abril, mostrou desaceleração para 0,61% após subir 0,71% em março e 0,84% em fevereiro, segundo dados do IBGE.

Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 4,18%. No ano, a inflação acumulada é de 2,72%. Em março, essas variações estavam em 4,65% e 2,09%, respectivamente. O IPCA compreende nove grupos de produtos e serviços, no mês, todos eles apresentaram alta, porém em desaceleração na comparação com os meses anteriores.

Os números “positivos” da inflação representam um possível sinal verde para uma eventual diminuição da taxa Selic em breve, levando até um aceno de aquecimento para o varejo no Brasil.

Em resumo, a taxa Selic pode ter um impacto significativo no varejo brasileiro, afetando tanto a demanda por crédito quanto os custos de capital das empresas. Por isso, é importante que os empresários do setor acompanhem de perto as decisões do Banco Central em relação à taxa Selic e estejam preparados para se adaptar a possíveis mudanças no ambiente econômico.

Maurício Stainoff  presidente da FCDL-SP

*Por Maurício Stainoff — especialista em mercado de consumo e varejo e presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP) que assina mensalmente a coluna "De olho no Varejo", com exclusividade ao Sua Franquia. 

 

PUBLICIDADE

Tem interesse no mercado de franquias?