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Franquias superam expectativas e faturam R$ 55 bilhões em 2008

Somente no ano passado, 200 novas empresas adotaram o modelo de franchising

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O setor de franquias superou as expectativas de sua própria entidade representativa, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) - que estimava um crescimento de 17% no ano passado - e encerrou 2008 com uma expansão de 19,5%. A performance rendeu ao setor um faturamento de R$ 55 bilhões. "Para o setor de franchising, a crise internacional teve efeito oposto do que aconteceu com a maioria dos setores", afirma o diretor de expansão da ABF, Sérgio Barbi. Na avaliação da entidade, a crise pegou o setor capitalizado e maduro.

Pessoas em busca de emprego, depois de demissões provocadas por redução no quadro de funcionários, ou como alternativa a investimentos no mercado financeiro, fizeram o setor de franquias despontar. De setembro a dezembro, a procura por redes franqueadoras cresceu 25%, de acordo com dados da ABF. Setores que nos últimos anos vêm registrando bons desempenhos, como vestuário e acessórios pessoais e calçados são os mais procurados, segundo Barbi.

Com um dos maiores índice de nacionalização do mundo, uma taxa de 89%, o mercado brasileiro de franquias é também um dos maiores em termos mundiais. Atualmente, operam no Brasil 1.379 redes de franquia, que juntas geram aproximadamente 648 mil postos de trabalho diretos. Somente no ano passado, 200 novas empresas adotaram o modelo, o que ajudou a elevar o faturamento do setor.

Na avaliação da entidade, três fatores contribuíram para os números positivos do ano passado: o aumento dos níveis salariais, da taxa de emprego (verificada até outubro) e o aumento do acesso das classes C e D ao consumo.

O levantamento feito pela ABF leva em consideração dados fornecidos pelas redes associadas (cerca de 600 marcas), com informações de mercado do ano todo.

Dos 12 segmentos pesquisados, apenas um, o de Limpeza e Conservação, registrou resultado negativo, uma queda de 1,4%. O segmento havia registrado um aumento de 6,1% no ano anterior e a queda de 2008 foi, segundo a ABF, motivada por uma redução no número de unidades.

O setor automobilístico, um dos mais afetados pela crise financeira internacional, no caso das franquias registrou crescimento. O segmento de aluguel de veículos teve a segunda melhor performance do ano passado: uma alta de 31,7%, segundo dados da ABF.

Os segmentos que mais cresceram em 2008 foram Acessórios Pessoais e Calçados (alta de 44,8%, chegando a um faturamento de R$ 2,63 bilhões), Serviços relacionados a Veículos (31,7% com faturamento de R$ 2,41 bilhões), Vestuário (crescimento de 27,2%, totalizando R$ 3,49 bilhões) e Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (alta de 25,8% com faturamento de R$ 8,46 bilhões). O segmento de alimentação, um dos maiores no setor de franquias, cresceu 20%, alcançando um faturamento de R$ 8,97 bilhões). A expansão também foi motivada pela entrada de novas redes no negócio de franquias.

Expectativa

A expectativa da ABF é de que o setor de franquias continue registrando uma performance positiva este ano. Mas a previsão - um crescimento de 13% -, considerada conservadora pela própria entidade, significa uma desaceleração em relação a 2008. A estimativa leva em consideração a manutenção por parte das redes de planos de investimento para o ano. "Não vai ser uma surpresa se vier um crescimento maior", diz Barbi. "Os indicadores, embora ainda informais, mostram que os dois primeiros meses do ano foram muito bons", afirma o executivo.

Na opinião de Barbi, a crise pode afetar a sobrevivência de empresas com pouca visibilidade no mercado, favorecendo o setor de franquias por conta da estrutura que o modelo oferece.

Um fator considerado favorável para a expansão das redes de franquias é a queda de preços de pontos comerciais, o que favorece, segundo a ABF, o início de negócios. De acordo com a entidade, o ponto comercial, na maioria das vezes, é o investimento mais significativo da abertura de uma franquia.

Apesar de as redes nacionais continuarem apostando em suas expansões no mercado internacional, a expectativa da ABF é de que a entrada de redes internacionais deva se acentuar. O Brasil, na avaliação da entidade, se tornou um dos países mais seguros para novos investimentos, em detrimento da China, Rússia e Índia.
 

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